" O porta canetas estava lá, intacto, na escrivaninha na forma de 'L'. A mão tremida procurava alguma caneta, ou lapiseira, ou lápis ou qualquer coisa que pudesse escrever. 
O papel já estava posto. Achou uma caneta. Era vermelha. 
Começou a escrever, como se fosse uma carta de despedida, mas a mão era muito devagar perante àquele cérebro que fazia surgir ideias e pensamento em uma velocidade absurda. 
No ambiente, em meia luz, não podia ver direito seu rosto. Apenas era notada a vasta barba branca, com manchas amareladas próximas à boca - era culpa do cigarro. 
Os olhos preto e miúdos corriam o papel, palavra por palavra, frase por frase, linha por linha, até, enfim ler o texto inteiro. Inclinou-se na cadeira, que pendeu um pouco para trás. Olhou para o papel e, com uma cólera nunca vista antes, amassou o papel, jogando-o no lixo. 
Então, calmamente, voltou a olhar para a escrivaninha em forma de 'L'. O porta canetas estava lá, intacto. A mão tremida procurava algo para poder escrever... "

3 comentários:

Mano Bolivia disse...

Eh, realmente acontece bastante isso, exatamente na hora em q mais precisamos perdemos tudo, e dps nao conseguimos escrever oq queremos! Hahehaeuuhae... a vida eh foda...

Gabs disse...

haha, é verdade! adorei o texto, Thi.
o que será que ele escreveu? Não deve ter sido boa coisa, né?
P.S.: maldito cigarro

ranagar disse...

As mãos amareladas deveriam se misturar com a tinta borrada da caneta vermelha?

(Mals to inspirada esses dias) Muito bom o texto!

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