"
- Ah, muito bem! Acabou de sair esse cafézinho! - o aparelho tet-a-tet de porcelana alemã foi posto na mesa pela criadam, enquanto a dona da casa estava celebrando a chegada do café.
O visitante não parecia tão feliz assim...
- Vamos, tome! Quantas colheres de açúcar você quer? - perguntou a senhora.
- Já disse, não quero tomar café! - o visitante já parecia um pouco irritado.
- O senhor não me faria uma desfeita dessas, não é?
- Tudo bem! Já que a senhora insiste tanto! - e pegou a xícara pelo pires das mãos dela, que serviam à ele.
- Mas, diga-me - levando a xícara à boca - qual o motivo da sua visita?
- A senhora já sabe, não preciso repetir!
- Ah, trata-se da casa?
- Certamente. A senhora já deve quase cinco meses de pagamento de impostos, a prefeitura já está pedindo a casa.
- Eu não posso sair da minha casa! Não tenho nenhum lugar para ir...
- Isso não é problema meu... na verdade, eu somente estou fazendo meu trabalho. A senhora acha que eu quereria estar nessa posição? Que gosto de ver as pessoas terem que sair de suas próprias casas?
- Não, não... - lágrimas já simulavam sair do seu rosto - só que eu não posso sair daqui! Essa casa pertenceu ao meu pai, meu avô e meu bisavô. Ela está na família há muito tempo, faz parte do nosso patrimônio.
- Infelizmente há nada que eu possa fazer. Peço que a senhora deixe-a até a próxima semana, antes que eu ou algum outro oficial de justiça e os políciais apareçam aqui para te tirar daqui a força;
- Mas, mas...
- Obrigado pelo café. - disse o visitante, não deixando-a terminar de falar - espero não vê-la na próxima semana."
1 comentários:
Thi, esse foi o meu preferido, sem dúvidas.
Agora você não vai mais me bater né?! rsrs...
Parabéns pelo blog, tá lindo =)
Beijos!
Postar um comentário